Prédio residencial desaba em Fortaleza deixando mortos e feridos
(Fonte: Gustavo Pollizzon/Divulgação)
Na manhã da terça-feira, dia 15 de outubro, o edifício residencial
Andrea desabou em Fortaleza. A tragédia ocorreu às 10h28 no bairro nobre
Dionísio Torres, no cruzamento da Rua Tibúrcio Cavalcante com a Rua
Tomás Acioli — cerca de três quilômetros da Praia de Iracema.
Esse desabamento, no entanto, não aconteceu sem motivos. Um
vídeo feito na segunda-feira, antes do ocorrido, mostrava as colunas de
sustentação do prédio. Elas estavam em uma situação precária, provando
que o desabamento era uma tragédia anunciada. Confira o vídeo neste link.
De acordo com os moradores, obras estavam sendo feitas no
local. Em determinados apartamentos, era possível perceber sinais de que
havia algo errado: rachaduras em janelas e portas que, em um dia
fechavam perfeitamente, e depois já não cabiam mais no espaço da parede
(como se o teto estivesse, de fato, “cedendo”).
Em uma entrevista à BBC News, o presidente do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Emanuel
Maia Mota, informou que na segunda-feira foi registrado no órgão um
documento que confirmava a reforma — sem especificar o nome do
responsável técnico ou a área exata em que a obra ocorreria. Sabe-se
apenas que a reforma foi orçada em R$22,2 mil, e tinha o objetivo de
recuperar construções e a pintura.
Apesar disso, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do
Brasil (CAU) declarou que não encontrou nenhuma informação em seu
sistema sobre atividades no Edifício Andrea. "Caso o prédio estivesse em
obras deveria haver um profissional habilitado responsável, arquiteto
ou engenheiro.", explicou o Conselho em nota.
O desabamento
Um vídeo gravado por câmeras de segurança da rua Tomás
Acioli registrou o momento exato do desabamento. Testemunhas afirmaram
que, durante a tragédia, podiam enxergar as vítimas dentro do prédio
enquanto ele caía — algumas conseguiram escapar pelas janelas. Confira o
vídeo neste link.
A Prefeitura de Fortaleza informou, em nota, que montou um
plano de contingência para ajudar as vítimas. Profissionais do maior
hospital de urgência da região, o Instituto Dr. José Frota (IJF), foram
disponibilizados para atender os feridos.
Outras três unidades hospitalares (Gonzaguinhas, UPA e
Frotinhas) da capital cearense também estão de prontidão. De acordo com a
Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Ceará, 18 pessoas estavam dentro
do edifício quando a tragédia ocorreu.
O prédio estava em situação irregular?
(Fonte: José Leomar/Divulgação)
De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, o Edifício Andrea
foi construído de maneira irregular. Até 1977, segundo ela, havia uma
casa no endereço do condomínio. A administração do município ainda
informou que esse é o motivo principal pelo qual não foram encontrados
dados oficiais sobre o prédio.
A equipe do G1, no entanto, localizou o registro do imóvel
em um cartório cearense. E, ao contrário do que a Prefeitura defende, a
situação do prédio estava sim regularizada. A construção foi
registrada em 1982 e todos os apartamentos possuíam matrícula.
Como é feito o resgate?
Os bombeiros aumentaram a área de isolamento e pediram
silêncio para que qualquer possível vítima pudesse ser ouvida. Pessoas
debaixo dos escombros conseguiram ligar para o corpo de resgate que,
seguindo suas direções, estão tentando encontrá-las. O coronel Luis
Eduardo Holanda, comandante dos Bombeiros, diz que cães farejadores
estão sendo utilizados nas operações e acredita que, com a ajuda deles,
será possível resgatar mais pessoas.
A solidariedade dos moradores tem marcado as operações.
Casas vizinhas estão servindo como pontos de apoio e grupos de pessoas
estão trabalhando para fornecer alimentos, água e toda ajuda possível
para os profissionais. Além disso, voluntários de diversas áreas também
se disponibilizaram para ajudar como podem.
Segundo as últimas informações, 4 mortes foram confirmadas,
7 pessoas foram resgatas com vida (além de um cachorrinho do sétimo
andar) e 7 vítimas permanecem desaparecidas, mas já foram identificadas.
Para saber quem são as vítimas e ler seus relatos, clique aqui.
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